O transtorno do espectro autista (TEA), conhecido como autismo, é um distúrbio do neurodesenvolvimento, que tem início nos primeiros anos da infância e persiste na adolescência e vida adulta, embora seus sintomas possam reduzir de modo considerável mediante tratamento. Engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Os primeiros sinais do TEA são:
· Raridade de demonstração das expressões faciais apropriadas à situação vivenciada;
· Dificuldade em reconhecer o que os outros podem estar pensando ou sentindo ao ver as suas expressões faciais;
· Falta ou pouca empatia (Menor demonstração de preocupação com os outros);
· Dificuldade em se relacionar.
Tipos de autismo:
1- Síndrome de Asperger é considerada a forma mais leve entre os tipos de autismo e é três vezes mais comum em meninos do que em meninas. É um estado do espectro autista, geralmente com maior adaptação funcional. Pessoas com essa condição podem ser desajeitadas em interações sociais e ter interesse em saber tudo sobre tópicos específicos. Um treinamento comunicacional e terapia comportamental podem ajudar pessoas com a síndrome a aprender a conviver melhor. Esse é um dos tipos de autismo mais leves. Ele pode ocorrer com mais frequência nos meninos do que nas meninas, em uma proporção de 3 para 1. Em geral, quem tem a síndrome apresenta uma inteligência muito superior à média e, por isso, também é conhecido como “autismo de alto funcionamento”.
O Asperger é diferente do autista clássico porque não apresenta atraso na linguagem e nem prejuízos significativos. Em geral, a pessoa terá: habilidades verbais excepcionais, dificuldades com simbologias e com interações sociais, além de comportamento obsessivo em determinados interesses.
Quando não tratado e diagnosticado na infância, o Asperger tem mais chances de desenvolver depressão e ansiedade quando adulto.
2- Transtorno Invasivo do Desenvolvimento são distúrbios que prejudicam a interação social e as habilidades comunicativas e comportamentais dos indivíduos. Aqueles que possuem esta condição não se desenvolvem adequadamente, o que pode ocasionar disfunções em diversas áreas. Esse é um tipo de autismo um pouco mais grave do que o Asperger, mas não tão comprometedor como o Transtorno Autista.
Os sintomas são bem variados e distintos, dependendo do paciente. Contudo, existem alguns sinais considerados “clássicos” e que podem aparecer em vários pacientes, como: dificuldades de interagir socialmente, competência linguística superior ao do transtorno autista, mas inferior ao Asperger e menos comportamentos repetitivos.
3- Transtorno Autista possui sintomas mais graves e, geralmente, é diagnosticado logo na infância. A capacidade cognitiva, linguística e social é muito afetada e o paciente apresenta muitos comportamentos repetitivos. Por isso, em geral, o diagnóstico da condição ocorre em torno dos 3 anos e a criança pode apresentar sinais clássicos, como:
§ falta de contato com os olhos quando fala;
§ comportamentos repetitivos constantes, como bater ou balançar as mãos;
§ linguagem atrasada;
§ dificuldade em realizar pedidos usando a linguagem.
4- Transtorno Desintegrativo da Infância é dentre todos os tipos de autismo, o mais grave e também o mais incomum. De uma maneira geral, o diagnóstico é feito na infância, entre os 2 e 4 anos. Nesse período, a criança poderá apresentar sinais característicos como: perda das habilidades intelectuais, sociais e linguísticas e incapacidade de recuperá-las.
5- Síndrome de RETT, embora tenha sinais e sintomas semelhantes com o transtorno do espectro autista, não está relacionada com os tipos de autismo, porque a mutação que causa a Síndrome de Rett ocorre de modo aleatório, ao invés de ser herdada, e a maior parte dos pacientes afetados são do sexo feminino.
Em geral, os sinais da Síndrome aparecem em torno do sexto ao décimo oitavo mês da criança, quando ela começa a torcer demais as mãos, tornando-se um hábito, para de responder socialmente, perde suas competências linguísticas e apresenta um crescimento da cabeça inferior – sendo este muito abaixo do normal até os dois anos.
Graus do autismo:
·Leve (nível 1): dificuldades para iniciar uma interação social com outras pessoas, pouco interesse pelas interações sociais, dificuldades em trocar de atividade e problemas de organização, embora mais leves;
·Moderado (nível 2): o déficit das habilidades sociais é um pouco maior, tanto verbais como as demais e há maior prejuízo social, mesmo quando o autista recebe apoio, também há limitações para iniciar interações sociais. O autista moderado tem mais dificuldades em lidar com mudanças e apresenta comportamentos repetitivos mais frequentes;
·Grave (nível 3): os déficits da comunicação verbal e não verbal são grandes e há maior dificuldade de interação social e de se abrir a alguma interação social que parta de outras pessoas. Além disso, esse autista tem grande dificuldade de mudar e comportamentos repetitivos ainda mais pronunciados.
Causas:
O autismo não possui causas totalmente conhecidas, porém há evidências de que haja predisposição genética para ele. Outros reportam o suposto papel de infecções durante a gravidez e mesmo fatores ambientais, como poluição, no desenvolvimento do distúrbio.
Diagnóstico:
Segundo o DSM-V, o TEA é diagnosticado quando houver três déficits na comunicação social e pelo menos dois no comportamento repetitivo e restrito. O diagnóstico só pode ser feito em crianças a partir dos três anos de idade.
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